quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Elogio do Papel

Em frente ao computador...
Pensativo...
Me sinto mais à vontade com a caneta e o papel.
Folha de papel do tamanho do meu pensamento.
Se tenho muitas idéias, preciso de muitas folhas.
Se tenho poucas, qualquer pedaço de papel serve.

Na tela do computador o pensamento se perde.
É mais forma do que conteúdo.
O computador cria uma tensão de revisão,
nos obriga o tempo todo a mudar a forma.
"Isso não está bom."
Recorta aqui, cola ali...
"Agora sim!"
Fica uma estética sem graça, minimalista.
Uma escrita asséptica,
sem as manchas, as rasuras, o suor, a gordura do corpo,
que só o manuseio do papel nos oferece.

O manuscrito está impregnado de vida.
O escritor deixa nele um pouco de si.
O ato de escrever é uma arte.

Um comentário:

Anônimo disse...

e por tudo isso e mais eu ainda continuo escrevendo cartas.